2019 – 2ªFase – Prova Escrita de FQ A

  • Prova Escrita de Física e Química A – versão 1

  • Prova 715: 2.ª Fase2019

GRUPO I

Considere a hexametilenodiamina (substância A) e o ácido adípico (substância B).

1. A Figura 1 representa um modelo tridimensional da molécula da substância A, na qual todas as ligações são covalentes simples.


Figura 1

  • 10ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 1 (Ligação química)

1.1. Quantos eletrões de valência não ligantes existem na molécula da substância A?

Resolução

  •  Quatro eletrões de valência não ligantes. 

 Os eletrões de valência não ligantes na molécula da substância A são dois em cada átomo de nitrogénio. 

Critérios

  • Quatro eletrões de valência não ligantes.  ……………. 7 pontos

  • 10ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 1 (Ligação química)

1.2. A substância A é solúvel em água,

(A) uma vez que, nas moléculas desta substância, todos os átomos de carbono estão ligados entre si.

(B) uma vez que, nas moléculas desta substância, todas as ligações são covalentes simples.

(C) uma vez que as moléculas desta substância podem estabelecer ligações de hidrogénio.

(D) uma vez que as moléculas desta substância contêm átomos de hidrogénio.

Resolução

  • Opção (C)

 As ligações de hidrogénio surgem em casos em que átomos de hidrogénio se encontram ligados, por covalência, a átomos com grande tendência para captarem eletrões com, pelo menos, um par de eletrões não ligantes (como F, N ou O). 

⇒ Neste caso, há dupletos não ligantes nos átomos de N da substância A que podem formar ligações de hidrogénio com átomos de H da água (e também entre átomos de O da água e átomos de H da substância A), explicando a razão pela qual a substância em causa é solúvel em água.

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 7 pontos

  • 11ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 1 (Reações ácido-base)

2. As soluções aquosas da substância A são básicas.

Numa solução aquosa da substância A, a uma qualquer temperatura T, a concentração de OH (aq) será

(A) superior à de H3O+ (aq), sendo o pH da solução sempre maior do que 7.

(B) superior à de H3O+ (aq), podendo o pH da solução ser maior, menor ou igual a 7.

(C) inferior à de H3O+ (aq), podendo o pH da solução ser maior, menor ou igual a 7.

(D) inferior à de H3O+ (aq), sendo o pH da solução sempre maior do que 7.

Resolução

  • Opção (B)

 Se a solução é básica, [OH (aq)] é superior à [H3O+ (aq)], independentemente da temperatura; o pH da solução pode ser maior, menor ou igual a 7, pois este valor de pH depende do valor da constante de autoprotólise da água, que varia com a temperatura.

  • À temperatura de 25 ⁰C, em que kw = 1,0 x 10-14, o pH de uma solução neutra é igual a 7.

⇒ Uma solução básica terá pH maior do que 7. Como Kw aumenta com o aumento de temperatura, a temperaturas superiores a 25 ⁰C, uma solução com pH = 7 é básica e, a temperaturas inferiores a 25 ⁰C, uma solução com pH = 7 é ácida.

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 7 pontos

  • 10ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 2 (Gases e dispersões)

3. A 25 ºC, a massa volúmica da substância B (M = 146,16 g mol-1) é 1,5 vezes superior à massa volúmica da substância A (M = 116,24 g mol-1) .

Considere uma amostra pura da substância B com o dobro do volume de uma amostra pura da substância A, a 25 ºC.

Determine o quociente entre o número de moléculas da substância B e o número de moléculas da substância A existentes nas respetivas amostras.

Apresente todas as etapas de resolução, explicitando todos os cálculos efetuados.

Resolução

Critérios

  • Etapas de resolução: 

Utilização adequada da relação entre as massas volúmicas das substâncias  B e A e da relação entre os volumes das respetivas amostras …….. 4 pontos

Determinação do quociente entre a quantidade da substância B e a quantidade da substância A nas respetivas amostras …….. 5 pontos

Indicação do quociente entre o número de moléculas da substância B e o número de moléculas da substância A nas respetivas amostras …….. 1 pontos 

GRUPO II

1. As soluções aquosas que contêm o ião [FeSCN]2+ têm uma cor vermelha característica.

Misturando uma solução contendo iões Fe3+ (aq) com uma solução contendo iões tiocianato, SCN (aq), obtém-se uma solução de cor vermelha, uma vez que ocorre a reação traduzida por

Fe3+ (aq) + SCN (aq) [FeSCN]2+ (aq)

  • 11ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 2 (Equilíbrio químico)

1.1. Adicionaram-se 12,5 cm3 de uma solução de Fe3+ (aq), de concentração 4,0 x 10-3 mol dm-3, a 10,0 cm3 de uma solução de SCN (aq), de concentração 5,0 x 10-3 mol dm-3.

Verificou-se que a concentração de equilíbrio do ião [FeSCN]2+ (aq) na solução resultante daquela adição era 4,6 x 10-4 mol dm-3, à temperatura T.

Admita que o volume da solução resultante é a soma dos volumes adicionados.

Determine a constante de equilíbrio, Kc, da reação considerada, à temperatura T.

Apresente todas as etapas de resolução, explicitando todos os cálculos efetuados.

Resolução

O volume total, 𝑉, é o igual à soma dos volumes de cada solução:

  • 𝑉 = (12,5 + 10,0) cm3 = 22,5 cm3 = 22,5 x 10−3 dm3.

As quantidades iniciais são:

𝑛Fe3+ = 4,0 x 10−3 mol dm−3 x 12,5 x 10−3 dm3 = 5,00 x 10−5 mol;

𝑛SCN = 5,0 x 10−3 mol dm−3 x 10,0 x 10−3 dm3 = 5,00 x 10−5 mol.

A quantidade de [FeSCN]2+ (aq) no equilíbrio é:

  • 𝑛[FeSCN]2+ = 4,6 x 10−4 mol dm−3 x 22,5 x 10−3 dm3 = 1,04 x 10−5 mol.

⇒ Como estequiometricamente 1 mol de [FeSCN]2+ é equivalente a 1 mol de Fe3+ e a 1 mol de SCN, para produzir 1,04 x 10−5 mol de [FeSCN]2+ reagiram 1,04 x 10−5 mol de Fe3+ e 1,04 x 10−5 mol de SCN.

As concentrações no equilíbrio de Fe3+ (aq) e de SCN (aq) são:

 

Critérios

  • Etapas de resolução: 

Cálculo das quantidades iniciais de Fe3+ (aq)  e de SCN (aq) 

  • (nFe3+ = nSCN= 5,00 x 10-5 mol) …….. 3 pontos

Cálculo das concentrações de equilíbrio de Fe3+ (aq) e de SCN (aq) 

  • ([Fe3+] = [SCN] = 1,76 x 10-3 mol dm-3 ) …….. 5 pontos 

Cálculo da constante de equilíbrio da reação considerada, à temperatura T 

  • (Kc = 1,5 x 102) …….. 2 pontos

  • 11ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 2 (Equilíbrio químico)

1.2. Arrefecendo uma solução contendo iões [FeSCN]2+ (aq), observa-se que a cor vermelha da solução vai ficando menos intensa.

Conclua se a variação de entalpia associada à reação de formação do ião [FeSCN]2+ (aq) considerada é positiva ou negativa.

Apresente, num texto estruturado e com linguagem científica adequada, a fundamentação da conclusão solicitada.

Resolução

⇒ Se, por hipótese, a diminuição de temperatura conduzisse à diminuição da cor vermelha da solução, significaria que a concentração do ião [FeSCN]2+ (aq) diminuiria, pelo que quando a temperatura diminuísse seria favorecida a reação inversa.

Como, segundo o Princípio de Le Châtelier, uma reação exotérmica é favorecida pela diminuição de temperatura, concluir-se-ia que a reação no sentido inverso seria exotérmica.

⇒ A reação direta, a de formação de [FeSCN]2+ (aq), seria endotérmica, a que corresponde uma variação de entalpia positiva.

(Nota: regista-se, de facto, que se verifica experimentalmente o contrário, ou seja, a diminuição de temperatura intensifica a cor da solução, assim, na realidade aquela reação tem uma variação de entalpia negativa).

ou

  • ΔH> 0

⇒ De acordo com o enunciado, o arrefecimento da solução provoca uma redução da intensidade da cor vermelha (por provocar a diminuição da concentração do ião corado formado, [FeSCN]2+ (aq), o que significa que a diminuição da temperatura favorece a reação no sentido inverso.

⇒ De acordo com o Princípio de Le Châtelier, a diminuição de temperatura favorece as reações exotérmicas, pelo que se pode concluir que a reação inversa será exotérmica.

  • Então, a reação no sentido direto, reação de formação do ião [FeSCN]2+ (aq), é endotérmica e a variação de entalpia associada é positiva: ΔH > 0.

Nota: A variação de entalpia associada a esta reação descrita na literatura é negativa (ΔH < 0 ).

Critérios

  • A resposta deve apresentar os seguintes elementos:

A) O arrefecimento da solução provoca uma diminuição da concentração do ião [FeSCN]2+ (aq), o que traduz um favorecimento da reação inversa.

B) A reação inversa será exotérmica, pelo que se pode concluir que a variação de entalpia associada à reação de formação do ião [FeSCN]2+ (aq) é positiva.

  • 11ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 2 (Reações de oxidação redução)

1.3. A reação acima considerada não envolve transferência de eletrões.

Qual é o número de oxidação do ferro no ião [FeSCN]2+?

Resolução

  • +3

⇒ [Não havendo transferência de eletrões, o número de oxidação do ferro no ião [FeSCN]2+ é o mesmo que no ião Fe3+.]

Critérios

  • + 3  ……………. 7 pontos

2. Adicionando uma solução de Ag+ (aq) a uma solução de SCN (aq), precipita tiocianato de prata, AgSCN (s), um sal muito pouco solúvel cujo produto de solubilidade é 1,0 x 10-12, a 25 ºC.

Esta reação pode ser traduzida por

Ag+ (aq) + SCN (aq)    AgSCN (s)

  • 11ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 3 (Soluções e equilíbrio de solubilidade)

2.1. Se, na solução que fica em equilíbrio com o precipitado, a 25 ºC, a concentração de ião Ag+ (aq) for 4,64 x 10-4 mol dm-3, a concentração de ião SCN (aq) será

(A) 4,6 x 10-16 mol dm-3

(B) 1,0 x 10-6 mol dm-3

(C) 2,2 x 10-9 mol dm-3

(D) 4,6 x 10-4 mol dm-3

Resolução

  • Opção (C)

 

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 7 pontos

  • 11ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 1 (Aspetos quantitativos das reações químicas)

2.2. Verificou-se que, adicionando 4,0 x 10-2 mol de ião Ag+ (aq) a 5,0 x 10-3 mol de ião SCN (aq), se obteve 0,66 g de AgSCN (M = 165,95 g mol-1) sólido.

Qual terá sido o rendimento do processo?

Mostre como chegou ao valor solicitado.

Resolução

  • 0,80 ou 80%

⇒ Como Ag+ (aq) e SCN (aq) reagem na proporção estequiométrica de 1:1 e

  • conclui-se que o reagente limitante é o ião tiocianato, SCN.

⇒ Se a reação fosse completa (η = 100%), e como a proporção estequiométrica entre o produto e o reagente limitante é 1:1, obter-se-iam 5,0 x 10-3 mol de tiocianato de prata, AgSCN.

Como se obteve 0,66 g de AgSCN, a quantidade de AgSCN formada foi:

ou

⇒ Como m = n x M, a quantidade de 5,0 x 10-3 de tiocianato de prata correspondem a:

      • m(AgSCN)teoricamente prevista = 5,0 x 10-3 x 165,95 = 0,830 g

⇒ Como só se obteve 0,66 g, o rendimento da reação foi:

Critérios

  • A resposta deve incluir os seguintes passos:

A) Indicação da quantidade de AgSCN que se formaria se o rendimento fosse 100% (n = 5,0 x 10-3 mol) e cálculo da quantidade de AgSCN que se obteve (n = 3,98 x 10-3 mol).

ou

  • Cálculo da massa de AgSCN que se formaria se o rendimento fosse 100% (m = 0,830 g).

B) Cálculo do rendimento do processo (η = 0,80 ou 80%).

3. O ião SCN é constituído por enxofre, carbono e nitrogénio.

  • 10ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 2 (Energia dos eletrões nos átomos)

3.1. Os átomos de carbono e de enxofre, no estado fundamental, têm número de orbitais de valência totalmente preenchidas e número de eletrões desemparelhados.

(A) o mesmo … o mesmo

(B) o mesmo … diferente

(C) diferente … diferente

(D) diferente … o mesmo

Resolução

  • Opção (D)

As configurações eletrónicas para estes átomos no estado fundamental são: 

6C – 1s2 2s2 2p2 – o carbono tem uma orbital de valência totalmente preenchida (2s) e dois eletrões desemparelhados (os dois eletrões nas orbitais 2p)

16S – 1s2 2s2 2p2 3s2 3p4 – o enxofre tem duas orbitais de valência totalmente preenchidas (3s e uma das orbitais 3p) e dois eletrões desemparelhados (os outros dois eletrões nas orbitais 3p)

Critérios

  • Opção (D)  ……………. 7 pontos

  • 10ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 3 (Tabela periódica)

3.2. Considere que as energias necessárias para remover um eletrão das orbitais 2p dos átomos de carbono e de nitrogénio, no estado fundamental, são EC e E , respetivamente.

A energia EC será _____ do que a energia EN, sendo a energia dos eletrões das orbitais 2p _____ no átomo de carbono.

(A) menor … maior

(B) maior … menor

(C) menor … menor

(D) maior … maior

Resolução

  • Opção (A)

6C – 1s2 2s2 2p2

7N – 1s2 2s2 2p3

O átomo de N tem mais um eletrão nas orbitais 2p do que o átomo de C.

O eletrão a mais, relativamente ao elemento carbono, ocupa o mesmo nível eletrónico, no entanto, a carga nuclear (positiva) do átomo de nitrogénio aumenta também uma unidade, aumentando, assim, a força atrativa núcleo-eletrão. 

  • Assim, a energia dos eletrões das orbitais é maior no átomo de carbono e, consequentemente, a energia EC é menor do que a energia EN. 

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 7 pontos

GRUPO III

1. Numa aula laboratorial, os alunos colocaram num calorímetro 90 g de água, na qual mergulharam um fio condutor eletricamente isolado, de resistência elétrica R.

Para aquecer a água, fizeram passar nesse fio, durante 180 s, uma corrente elétrica I, tendo determinado o aumento da temperatura, ΔT, da água, nesse intervalo de tempo. Repetiram a experiência para diferentes valores de corrente elétrica.

  • 10ºanoFísica – subdomínio 2 (Energia e fenómenos elétricos)

1.1. Um aluno traçou, a partir dos resultados experimentais obtidos, um gráfico cujo esboço se encontra representado na Figura 2.

Nesse esboço, X pode representar

(A) R

(B) R2

(C) I

(D) I2

Resolução

  • Opção (D)

⇒ Numa resistência elétrica, 𝑅, percorrida por uma corrente elétrica, 𝐼, é dissipada uma potência, 𝑃, por efeito Joule:

𝑃 =𝑅𝐼2

⇒ Num intervalo de tempo Δt é dissipada pela resistência elétrica a energia 𝐸 (𝐸 = 𝑃Δt = 𝑅 𝐼2 Δt). 

⇒ Esta energia será recebida pela massa, 𝑚, de água, de capacidade térmica mássica 𝑐, originando o seu aquecimento, com o consequente aumento de temperatura, Δ𝑇. 

Relacionando aquelas grandezas obtém-se 𝑚 𝑐 Δ𝑇 = 𝑅 𝐼2 Δt , ou, explicitando em ordem à variação de temperatura:

Na experiência, fixaram-se a massa de água, a resistência elétrica e o intervalo de tempo, assumindo-se que a capacidade térmica mássica da água é constante.

⇒ Assim, as grandezas variáveis são a corrente elétrica e a variação de temperatura, tal como referido no enunciado “determinando o aumento de temperatura” e “diferentes valores de corrente elétrica”. 

  • Como o gráfico obtido apresenta uma relação linear, o aluno colocou o quadrado da corrente elétrica no eixo das abcissas.

𝑋 = 𝐼2 ⟹ Δ𝑇 = 𝑘 𝑋 

Critérios

  • Opção (D)  ……………. 7 pontos

  • 10ºanoFísica – subdomínio 3 (Energia, fenómenos térmicos e radiação)

1.2. Um outro aluno traçou, a partir dos resultados experimentais obtidos, o gráfico do aumento da temperatura, ΔT, da água em função da potência dissipada, P, no fio condutor.

Determine o declive da reta do gráfico, considerando que toda a potência dissipada no fio é utilizada no aquecimento da água.

Mostre como chegou ao valor solicitado.

Resolução

⇒ Nesta situação pretende-se relacionar o aumento da temperatura da água, ΔT, com a potência dissipada no fio condutor, P.

⇒ Sendo a energia transferida para a água para o seu aquecimento, E = m c ΔT, igual à energia que é dissipada no fio condutor, E = P x Δt, tem-se:

      • m x c x ΔT = P x Δ

Escrevendo a variação de temperatura em função das outras grandezas, obtém-se:

⇒ Esta equação apresenta uma relação linear entre P e ΔT sendo

Critérios

  • A resposta deve incluir os seguintes passos: 

A) Apresentação de uma expressão que relacione quantitativamente a potência dissipada no fio condutor com o aumento da temperatura da água ( P x 180 = 90 x 10-3 x 4,18 x 103 x ΔT   ou equivalente). 

B) Cálculo do declive da reta do gráfico do aumento da temperatura da água em função da potência dissipada no fio ( 0,48 ºC W-1).

  • 10ºanoFísica – subdomínio 3 (Energia, fenómenos térmicos e radiação)

2. Para uma irradiância de 1000 W m-2 e a 25 ºC, um painel fotovoltaico, de área 1,63 m2, fornece uma potência elétrica máxima quando a diferença de potencial nos seus terminais é 28,5 V e a corrente elétrica é 7,6 A.

Determine o rendimento máximo do painel, nas condições consideradas.

Apresente todas as etapas de resolução, explicitando todos os cálculos efetuados.

Resolução

⇒ Uma irradiância, Er, de 1000 W m-2, num painel fotovoltaico de 1,63 m2 de área, A, equivale a uma potência incidente

  • Pinc = Er x A = 1000 x 1,63 W = 1,63 x 103 W.

⇒ A potência elétrica fornecida pelo painel, Pel, quando nos seus terminais há uma diferença de potencial, U, e no circuito exterior é originada a corrente elétrica, I, é:

  • Pel = U x I = 217 W.

Deste modo o rendimento do painel é:

Critérios

  • Etapas de resolução:

Cálculo da potência elétrica máxima fornecida pelo painel (Pelétrica = 217 W) ……… 4 pontos

Cálculo da potência da radiação incidente no painel (P = 1630 W) …….. 4 pontos

Cálculo do rendimento máximo do painel (h = 0,13 ou 13%) …….. 2 pontos

3. A Figura 3 representa uma espira circular que roda, com velocidade angular constante, em torno de um eixo fixo Y, numa região do espaço em que existe um campo magnético constante e uniforme, B.

  • 11ºanoFísica  – Domínio 2 – subdomínio 2 (Eletromagnetismo)

3.1. Na situação descrita, há uma variação do fluxo do campo magnético através da superfície delimitada pela espira, que decorre de

(A) o campo magnético ser constante.

(B) a espira rodar em torno do eixo Y.

(C) o campo magnético ser uniforme.

(D) a espira ser condutora.

Resolução

  • Opção (B)

⇒ O fluxo do campo magnético, Φ, através da área, A, de uma espira é Φ = B A cosα, sendo α o ângulo que a perpendicular ao plano da espira faz com as linhas de campo. 

⇒ Mantendo-se constantes a área da espira e o campo magnético, a variação do fluxo magnético dependerá da variação do ângulo α, ou seja, da rotação da espira em torno do eixo Y. 

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 7 pontos

  • 11ºanoFísica  – Domínio 2 – subdomínio 2 (Eletromagnetismo)

3.2. Admita que, num dado instante ti, o plano da espira é perpendicular a B e considere o intervalo de tempo [ti ; ti + T/4], em que T representa o período do movimento da espira.

Qual dos esboços de gráfico seguintes pode representar o módulo do fluxo do campo magnético, |Φm|, que atravessa a espira, em função do tempo, t, no intervalo de tempo considerado?

Resolução

  • Opção (C)

⇒ Como no instante ti o plano da espira é perpendicular ao campo magnético, 𝐵, o ângulo, α, entre a perpendicular ao plano da espira e as linhas de campo é zero, α = 0 (cos 0º = 1), portanto, neste instante, o valor do fluxo magnético, Φ, é máximo.

⇒ Após a espira rodar, no instante t𝑖 + 𝑇/4 o ângulo que o plano da espira faz com o campo magnético é zero, ou seja, a amplitude do ângulo α é 90o (cos 90º = 0).

  • Neste instante, o fluxo magnético através da área da espira é nulo. 

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 7 pontos

GRUPO IV

1. Um feixe de luz, muito fino, propagando-se inicialmente no ar, incide numa das faces de um prisma de vidro, como se representa na Figura 4.

Na figura, representa-se ainda parte dos trajetos dos feixes resultantes de sucessivas reflexões e refrações nas faces do prisma.


Figura 4

  • 11ºanoFísica  – Domínio 2 – subdomínio 3 (Ondas eletromagnéticas)

1.1. O feixe Y, que resulta de uma numa das faces do prisma, terá necessariamente maior energia do que o feixe.

(A) reflexão … X

(B) reflexão … W

(C) refração … X

(D) refração … W

Resolução

  • Opção (D)

⇒ Quando o feixe de luz incide na superfície de separação entre o ar e o prisma sofre reflexão, originando o feixe X, que se propaga também no ar, e refração, por haver mudança de meio, do ar para o vidro, originando o feixe Y.

⇒ Um feixe ao dividir-se em outros dois feixes origina feixes de menor energia, de acordo com o Princípio da Conservação de Energia.

  • Assim, o feixe Y tem maior energia do que o feixe W. 

Critérios

  • Opção (D)  ……………. 7 pontos

  • 11ºanoFísica  – Domínio 2 – subdomínio 3 (Ondas eletromagnéticas)

1.2. O índice de refração do vidro constituinte do prisma é ao índice de refração do ar uma vez que, ao sair do prisma, a luz se da normal à superfície de separação dos dois meios.

(A) superior … afasta

(B) superior … aproxima

(C) inferior … afasta

(D) inferior … aproxima

Resolução

  • Opção (A)

⇒ Ao incidir no prisma, o feixe de luz refrata-se aproximando-se da normal à superfície no ponto de incidência e ao sair do prisma para o ar o feixe de luz afasta-se da normal ao ponto de incidência.

⇒ Assim, é possível concluir que o ar é menos refringente, ou de outro modo, o índice de refração do vidro constituinte do prisma é superior ao do ar. 

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 7 pontos

  • 11ºanoFísica  – Domínio 2 – subdomínio 3 (Ondas eletromagnéticas)

2. Considere uma luz laser I, de frequência 6,1 x 1014 Hz , e uma luz laser II, de frequência 4,5 x 1014 Hz.

Tendo em conta as frequências indicadas, é possível concluir que

(A) a potência de um feixe da luz I é cerca de 1,4 vezes superior à potência de um feixe da luz II.

(B) a energia de um fotão da luz I é cerca de 1,4 vezes superior à energia de um fotão da luz II.

(C) a potência de um feixe da luz I é cerca de 1,4 vezes inferior à potência de um feixe da luz II.

(D) a energia de um fotão da luz I é cerca de 1,4 vezes inferior à energia de um fotão da luz II.

Resolução

  • Opção (B)

⇒ A energia de um fotão, E, é diretamente proporcional à sua frequência,  f, podendo concluir-se que a relação entre fI e fII será igual à relação entre as energias EI e EII.

Logo:

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 7 pontos

GRUPO V

O bungee jumping é um desporto radical em que um atleta cai de uma altura apreciável, preso a um cabo elástico que, ao esticar, exerce uma força sobre o atleta.

Na Figura 5 (que não se encontra à escala), estão representadas posições de um atleta de massa 72 kg , que cai a partir da plataforma P.

Admita que o atleta inicia o seu movimento de queda vertical com velocidade inicial nula, caindo livremente até à posição R.

A partir da posição R, o cabo elástico começa a esticar, passando a exercer uma força no atleta. Na posição S, o atleta atinge a velocidade máxima, de módulo 18,7 m s-1, e, na posição T, inverte o sentido do seu movimento.

Considere o referencial Oy representado na figura.

Admita que o atleta pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da partícula material) e considere desprezáveis a massa do cabo e a força de resistência do ar.

Figura 5

1. Considere o movimento de queda livre do atleta até à posição R.

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 3 (Forças e movimentos)

1.1. Qual dos esboços de gráfico seguintes pode representar a componente escalar da velocidade, vy, do atleta, segundo o referencial Oy considerado, em função do tempo, t, naquele movimento?

Resolução

  • Opção (A)

⇒ Estando o atleta em queda livre até à posição R, ou seja, sujeito apenas à força gravítica, a aceleração é constante (𝑔⃗).

⇒ Assim, a componente escalar da velocidade do atleta irá aumentar linearmente com o tempo decorrido, e será positiva porque tem o sentido arbitrado como positivo. 

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 7 pontos

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 3 (Forças e movimentos)

1.2. Naquele movimento, a energia cinética do atleta aumenta proporcionalmente com

(A) o módulo da velocidade do atleta.

(B) o módulo da aceleração do atleta.

(C) a intensidade da força que o cabo exerce no atleta.

(D) a distância percorrida pelo atleta.

Resolução

  • Opção (D)

⇒ Na queda vertical de P até R, atuando apenas a força gravítica, aplicando o teorema da energia cinética, 𝑊𝐹⃗g = Δ𝐸c , considerando que o atleta parte do repouso, fica Δ𝐸c = 𝐸cin. final , 𝐹g 𝑑 cos 0° = 𝐸cin. final, em que Fg é a intensidade da força gravítica e d a distância percorrida. 

⇒ Como nesta situação podemos considerar a força gravítica constante, a energia cinética, em qualquer instante, irá depender da distância percorrida, ou seja, aumenta proporcionalmente com a distância percorrida. 

Critérios

  • Opção (D)  ……………. 7 pontos

  • 10ºanoFísica – subdomínio 1 (Energia e movimentos)

1.3. Entre a posição inicial e a posição R, a variação de energia potencial gravítica do sistema atleta + Terra é _____, e a variação de energia mecânica do sistema é _____.

(A) negativa … positiva

(B) negativa … nula

(C) positiva … positiva

(D) positiva … nula

Resolução

  • Opção (B)

Durante a queda, o trabalho da força gravítica é positivo, e, como a variação de energia potencial gravítica é simétrica do trabalho da força gravítica (força conservativa), a variação da energia potencial gravítica é negativa. 

⇒ Atuando apenas a força gravítica, que é uma força conservativa, há conservação de energia mecânica, ou seja a sua variação é nula. 

ou 

⇒ O atleta diminui a distância a um nível de referência, por exemplo o nível da água na figura 5 do enunciado, o que faz com que a energia potencial gravítica do sistema diminua.

⇒ Por outro lado considerando que até R apenas atua a força gravítica, que é conservativa, verifica-se que a energia mecânica se mantém constante. 

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 7 pontos

  • 10ºanoFísica – subdomínio 1 (Energia e movimentos)

2. Admita que o atleta atinge a posição R com velocidade de módulo 17,0 m s-1.

Determine, a partir do teorema da energia cinética, o trabalho realizado pela força que o cabo exerce no atleta, WFcabo , entre a posição R e a posição S.

Apresente todas as etapas de resolução, explicitando todos os cálculos efetuados.

Resolução

⇒ O atleta atinge a posição R com uma velocidade de módulo vR = 17,0 m s-1 e a posição S com uma velocidade de módulo vS = 18,7 m s-1.

A variação da energia cinética entre R e S é:

⇒ Entre as posições R e S o atleta diminuiu a sua altura de 6,0 m, assim a variação da energia potencial gravítica é:

Logo, o trabalho da força gravítica é

WFg = -ΔEp = 4,32 × 103

⇒ Aplicando o teorema da energia cinética e considerando o trabalho de todas as forças,

ΣW = WFcabo +WFg = ΔEc

de onde se conclui que o trabalho realizado pela força que o cabo exerce sobre o atleta é:

𝑊𝐹⃗cabo = Δ𝐸𝑐 − 𝑊𝐹⃗𝑔 = (2,18 x 103 – 4,32 x 103 ) J = -2,1 x 103 J.

Critérios

  • Etapas de resolução:

Cálculo da variação da energia cinética do atleta entre a posição R e a posição S

(ΔEc = 2,18 x 103 J) …….. 3 pontos

Cálculo do trabalho realizado pelo peso do atleta entre a posição R e a posição S

(WP = 4,32 x 103 J) …….. 3 pontos

Cálculo do trabalho realizado pela força que o cabo exerce no atleta entre a posição R e a posição S

(WFcabo = -2,1 x 103 J) ……… 4 pontos

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 2 (Interações e os seus efeitos)

3. À medida que o cabo estica, o seu comprimento aumenta, e a intensidade da força que o cabo exerce no atleta, Fcabo , também aumenta.

Entre a posição R e a posição T, a um aumento do comprimento do cabo de 1,0 m corresponde, em média, um aumento da intensidade daquela força de 120 N.

Determine a componente escalar da aceleração, ay, do atleta na posição T, em relação ao referencial Oy considerado.

Apresente todas as etapas de resolução, explicitando todos os cálculos efetuados.

Resolução

⇒ Entre as posições R e T a intensidade da força que o cabo exerce no atleta aumenta em média na razão

⇒ Das posições R a T o cabo aumenta o comprimento em ( 6,0 + 14,5 ) m, ou seja, regista-se um aumento de 20,5 m.

Estabelecendo a proporção

  • obtém-se a intensidade da força, Fcabo = 2,46 x 103 N.

⇒ Como em R esta força é nula, conclui-se que, quando o atleta passa em T, o cabo exerce sobre ele uma força com uma intensidade de Fcabo = 2,46 x 103 N.

⇒ Como o cabo foi esticado, a força que o cabo exerce sobre o atleta tem o sentido oposto ao do movimento do atleta.

Assim, a intensidade da força resultante, FR, pode ser calculada por:

  • Fr = Fg – Fcabo ⇔ Fr = mg – Fcabo = (72 x 10 – 2,46 x 103 ) N = -1,74 x 103 N

Aplicando a segunda lei de Newton, 𝐹⃗R = 𝑚 𝑎⃗, a componente escalar da aceleração, ay, é:

Critérios

  • Etapas de resolução:

Cálculo da intensidade da força que o cabo exerce no atleta na posição T

( Fcabo = 2,46 x 103 N) …….. 3 pontos

⇒ Cálculo da componente escalar da resultante das forças que atuam no atleta na posição T

(Fy = – 1,74 x 103 N ) (ver nota) …….. 4 pontos

Cálculo da componente escalar da aceleração do atleta na posição T

(ay = -24 m s-2) …….. 3 pontos

Nota ‒ O cálculo da intensidade da resultante das forças (1,74 x 103) não implica qualquer desvalorização.

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 2 (Interações e os seus efeitos)

4. Admita que, no intervalo de tempo [1,7; 3,0] s, o módulo da velocidade, v, do atleta varia com o tempo, t, de acordo com a equação

v = 18,7 cos (1,29 t – 2,62) (SI)

na qual o ângulo (argumento do cosseno) está expresso em radianos.

Determine entre que instantes a aceleração tem o sentido do movimento.

Na sua resposta, apresente o esboço do gráfico (obtido na calculadora) que traduz o módulo da velocidade, v, do atleta em função do tempo, t, no intervalo de tempo [1,7; 3,0] s.

Mostre como chegou aos valores solicitados.

Resolução

⇒ O gráfico do módulo da velocidade em função do tempo, para o intervalo [1,7; 3,0] s, é:

A aceleração tem o mesmo sentido do movimento, o da velocidade, quando o módulo da velocidade aumentar.

⇒ No gráfico obtido, verifica-se que no intervalo de tempo considerado, o módulo da velocidade aumenta entre o instante inicial, 1,7 s, e o instante 2,0 s, em que apresenta o valor máximo (v = 18,7 m s-1).

  • Assim o intervalo de tempo em que a aceleração tem o mesmo sentido do movimento, da velocidade, é [1,7; 2,0] s.

Critérios

  • A resposta deve incluir os seguintes passos:

A) Apresentação do esboço do gráfico v (t) solicitado.

B) Indicação dos instantes entre os quais a aceleração tem o sentido do movimento (entre 1,7 s e 2,0 s).

  • 11ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 1 (Aspetos quantitativos das reações químicas)

5. Considere que em cada ciclo respiratório, o atleta inspira 0,50 dm3 de ar e expira o mesmo volume de ar, medidos em condições em que o volume molar de um gás é 25 dm3 mol-1.

Considere ainda que as percentagens em volume de oxigénio, O2 (g), no ar inspirado e no ar expirado são 21% e 16%, respetivamente.

Qual é a quantidade de O2 (g) consumida num ciclo respiratório?

(A) 1,0 x 10-3 mol

(B) 7,4 x 10-3 mol

(C) 3,2 x 10-3 mol

(D) 4,2 x 10-3 mol

Resolução

  • Opção (A)

⇒ Sendo o volume de oxigénio consumido, Vcons, a diferença entre o volume de oxigénio inspirado, Vinsp, e o expirado, Vexp, isto é, Vcons = VinspVexp, teremos: 

  • Vcons = (0,21 x 0,50 – 0,16 x 0,50) dm3 = 2,5 x 10-2 dm3

A quantidade de oxigénio consumido é calculada por 

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 7 pontos

FIM

Cotações

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